Os discentes do 6° período de Ciências Biológicas, Isac Eustáquio da Silva e César Augusto Simões, realizaram, com o Prof. Anísio Cláudio Rios Fonseca, uma pesquisa sobre a ocorrência de rutilo (mineral de titânio), nos contrafortes da Serra da Canastra, em São Roque de Minas. O aluno César Augusto Simões forneceu as primeiras amostras.

A literatura cita a ocorrência de rutilo até o município de Passos, em Minas Gerais. O rutilo encontrado está bem cristalizado, maclado em roda ou em joelho, além de apresentar cristais prismáticos.

Os pesquisadores coletaram cerca de oito quilos de amostras e apenas uma delas está associada à rocha matriz, por enquanto. Eles informaram que é extremamente importante a correta identificação do litotipo, que contém a mineralização, para ser possível contextualizar no grupo Canastra e eventos hidrotermais da faixa Brasília.

O Prof. Anísio Cláudio Rios Fonseca revelou que os cristais encontrados são euhedrais a subeuhedrais com até 6 centímetros de diâmetro, possuem brilho adamantino e aparência metálica. “Os cálculos de densidade variam consideravelmente nas repetições, pois esse rutilo é intercrescido com hematita, que se hidratou e se transformou em goethita, com porosidade”, argumentou.

O pesquisador da Universidade Federal de Ouro Preto, Prof. Dr. Ricardo Scholz, fez a datação radiométrica nas amostras e a idade inicial aferida foi de 640 milhões de anos. O urânio que ocorre nas amostras tem uma meia-vida de 4,5 bilhões de anos. Novas datações e análises serão realizadas para o mineral.

De acordo com o Prof. Anísio Cláudio Rios Fonseca, o rutilo é um mineral muito atraente, cobiçado no mercado de coleções, além de ser fonte de titânio. “As aplicações do titânio na indústria vão desde ligas para próteses, naves, esmaltes, tintas, protetores solares até na armadura do homem de ferro. Quem quiser conhecer esse mineral pode visitar o Museu de Geociências do Laboratório de Mineralogia do UNIFOR-MG”, ressaltou.