
Alunos participam de visita técnica à Comunidade Indígena Pataxó
quinta-feira, 24 de novembro de 2016.

Com o intuito de estabelecer um diálogo entre conhecimentos teóricos e realidade empírica, a turma do 2° Período do Curso de Medicina Veterinária do UNIFOR-MG realizou uma visita técnica na Área de Humanas. A aula de campo foi realizada no âmbito da disciplina Sociologia Rural e aconteceu na Aldeia Indígena Muã Mimatxi da etnia Pataxó, localizada no município de Itapecerica, Minas Gerais, desde o ano de 2006. As atividades foram coordenadas pelo antropólogo e Prof. Me. Francimário Vito dos Santos.
De acordo com as informações transmitidas pelo cacique Canathio, líder da aldeia, os pataxós, embora originários da região Sul da Bahia, no início da colonização do Brasil, habitam os estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Atualmente, os poucos indígenas que resistiram ao processo de dizimação de sua etnia vivem na região de origem e em Minas Gerais.
A visita teve como objetivo reforçar as discussões teóricas em sala de aula referentes a temas como diversidade cultural, contextos de ruralidade, conhecimentos tradicionais e, sobretudo, as relações sociais estabelecidas entre os conhecimentos e modos de vidas existentes no mundo rural e na cidade.
Em contato com a comunidade, os alunos refletiram sobre questões relacionadas às diferenças culturais e conheceram outra versão da história do índio brasileiro, contada pelos próprios indígenas. Também foi possível, através dessa vivência, desnaturalizar os discursos românticos, muitas vezes infantilizados, transmitidos pelos livros didáticos de história, durante o processo educativo.
Outro fato observado foi o respeito e a harmonia entre os integrantes. Os mais novos são obrigados a respeitarem os mais idosos. Os idosos são os guardiões dos saberes, responsáveis pela transmissão dos conhecimentos aos mais jovens da comunidade. É diferente da posição que goza as pessoas idosas na sociedade do branco, que a velhice é sinônimo de desprezo e incompetência.
Na fala do cacique Canathio, tudo é natureza e nada existe fora dela. Na visão de mundo do indígena tudo está integrado e, mais, tudo tem uma função que contribui para o equilíbrio do universo. A natureza é a origem de tudo, e se ela não for respeitada, o homem é destruído juntamente com ela.
Para o Prof. Me. Francimário Vito dos Santos a experiência foi de crucial importância, tanto do ponto de vista acadêmico, como pela possibilidade de provocar os alunos a refletirem sobre outras formas de existência no mundo, diferente dos costumes que estão habituados a compartilharem na sociedade contemporânea, pautada pela lógica do consumo.
Lideranças indígenas da aldeia – Professores Siwê, Cacique Canathio e Liça, e o Prof. Me. Francimário Vito dos Santos
Liça – Professora de Cultura, Território e Meio Ambiente e seu método de trabalho chamado de terrei