
10 anos de Projeto “Leitura: Asas da Liberdade”
quarta-feira, 14 de novembro de 2012.
O Projeto “Leitura: Asas da Liberdade” nasceu em abril de 2002, com o desejo de ir ao encontro de um público que se encontrava afastado por algum motivo de sua rotina do lar; seja em creches, escolas, instituições para menores, cárceres ou acamados em um leito hospitalar.
O Projeto “Leitura: Asas da Liberdade” nasceu em abril de 2002, com o desejo de ir ao encontro de um público que se encontrava afastado por algum motivo de sua rotina do lar; seja em creches, escolas, instituições para menores, cárceres ou acamados em um leito hospitalar.
Inicialmente, pensou-se em levar primeiramente caixas-estantes, ou seja, minibibliotecas nesses locais. Logo, apareceram os primeiros obstáculos. Um dos exemplos foi a pediatria do hospital, onde o projeto não poderia ser aprovado pelo fato de o hospital não contar, naquela época, com aparelhagem apropriada para a desinfecção dos livros a cada uso.
Nem por isso, pensou-se em desistir a qualquer momento. A Profa. Ms. Tânia de Fátima Gontijo Fonseca, idealizadora do projeto, juntamente com coordenadora do curso de Biblioteconomia, Profa. Margarita Rodrigues Torres, chegaram à conclusão de que “se não há condições de levar livros, levaremos histórias”. Com este firme propósito, formou-se uma equipe de cinco estagiários, que seriam preparados para contarem histórias para as crianças da pediatria.
Paralelamente, surgiu a oportunidade de criar uma caixa-estante na Fazenda de Recuperação “Vista Alegre”, hoje Fundação Educacional Assistencial e de Proteção ao Meio Ambiente (FEAMA). Iniciou-se ali um trabalho com histórias e textos de reflexão com o objetivo de elevar a autoestima e a qualidade de vida dos detentos, fazendo das manhãs de sexta-feira um momento diferenciado, exclusivo para ouvi-los e, por meio das reflexões, se sentirem valorizados e capazes para a escolha de um novo rumo após sua permanência na FEAMA.
Assim, com o passar dos anos, novos convites foram feitos e, hoje, com muita alegria, o “Asas da Liberdade” atende também às escolas municipais e estaduais, os centros de educação infantil, instituições como APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), Lar São Francisco de Paula, pastorais, eventos festivos de Formiga e de cidades vizinhas.
Em 2006, o projeto consolidou-se com o lançamento do gibi “Asinhas da Leitura”, que transcreve depoimentos, produções em diversos gêneros de pessoas beneficiadas, responsáveis e estagiários.
O projeto é mantido pelo o UNIFOR e, às vezes, conta com pequenos patrocínios materiais do setor comercial. Atualmente, existe uma parceria com a Farmácia Popular, na impressão de mensagens que são distribuídas na Santa Casa de Caridade de Formiga.
A coordenadora do projeto ressalta que a equipe de estagiários é multidisciplinar. Os alunos saem de segunda a sexta-feira para realizar apresentações de contação de histórias, seja por meio de teatro, fantoches, tapetes, baús, aventais dentre as inúmeras técnicas especialmente selecionadas de acordo com o público em questão. Hoje, são agraciados com histórias humanizadoras, em média, 13 mil pessoas, anualmente.
Percebe-se que, a longo prazo, a vida de muitas pessoas atendidas pelo projeto foi transformada, pois a proposta com histórias foi proporcionar o ludismo, o prazer para que todos os males sofridos pudessem ter suas dimensões diminuídas e, a partir daí, o público ser capaz de sonhar, pois, sem sonhos, sem histórias é impossível viver melhor.
“Para nós, do projeto “Asas da Liberdade”, se as histórias puderem servir de incentivo ao amor próprio, elas serão biblioterapêuticas e então sim serão responsáveis por um desfecho feliz. O que nos realiza ainda é o reconhecimento da comunidade, por onde passamos, seja em bairros periféricos, seja no meio hospitalar ou acadêmico, todos conhecem ou já ouviram falar do trabalho realizado pelo “Asas da Leitura”. Aí temos a confirmação de seu sucesso. Enfim, reconhecemos que pode ser uma utopia, mas é preciso acreditar em mundo melhor, em uma vida mais digna e dela não podemos abrir mão, mesmo que seja recorrendo-se a métodos comumente julgados poucos acadêmicos, como brincar, contar histórias , como ser criança… Ficam aqui nossos agradecimentos ao UNIFOR por tornar esse sonho possível, para nós da equipe e público envolvido”, comentou a coordenadora Profa. Ms. Tânia de Fátima Gontijo Fonseca.
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